quarta-feira, 7 de outubro de 2009

GOLDEN LANE - brand new... air streets



Durante as discussões sobre o habitat do IXCIAM de 1952, Alison e Peter Smithson apresentam uma grelha com uma série de desenhos, textos e fotos, desse painel surge o projeto de GOLDEN LANE, associado a um texto que defende a valorização da rua enquanto elemeto urbano com sentido e significado para a comunidade. Com uma abordagem crítica, buscam confrontar o MOVIMENTO MODERNO, sua dimensão distânte e tecnocrática, numa tentativa de reabilitar a arquitetura.
Golden Lane comporta-se como uma cidade verticalizada, em vários níveis, onde vários blocos se interligavam por ruas elevadas, umas sobre as outras, tendo o objetivo de serem mais do que simples acessos, mas, um lugar de encontro, reuniões. Estabelecendo um padrão associativo para a comunidade de habitantes. Como diziam os próprios Smithson:



“ A rua suspensa, cada uma com suas características próprias, é uma entidade social(...)são lugares, não corredores ou varandas. Nessas passagens podem ser encontradas pequenas lojas, cabines telefônicas ou caixas de correios(...). Viver verticalmente se tornou uma realidades(...) esta claro que a rua suspensa já estava presente em Le Corbusier, mas a contribuição que se trás em Golden Lane é de se considerar essa rua no lugar da rede de ruas do solo e oferecer novas possibilidade de caminhada.”


A, como ficou conhecida, street in the air, quando faz a distribuição para vários apartamentos atravéz de uma ampla galeria, fazendo contato com o exterior, configura-se também como uma crítica ao corredor central da Unidade de Habitação de Marselha de Le Corbusier. As "streets" não se limitam apenas a funcionalidade, distribuindo pessoas pelos apartamentos e níveis, pretendem antes disso, criar espaços vividos, apropriados, com identidade própria, e que sejam associados pelos moradores.
 
 
Em um artigo escrito para a Architetural Design, o casal Smithson cria paralelos entre outros projetos que como Golden lane, procuram debater o HABITAT. O inicio do artigo afirma que com exceção da Holanda, Marrocos, e os próprios Smithson representando a Grã-bretanha, nenhum outro pais se compromete a discutir a fundo e elaborar reais contribuições a novas formas e organizações de habitação. O artigo segue traçando comparações com o projeto marroquino, do grupo ATBAT-AFRIQUE. Os quintais implementados em Golden Lane, no projeto marroquino aparecem como pátios, tentando resolver a questão tradicional árabe de um espaço coletivo ao ar livre. Em um trecho do artigo, Sr. e Sra. Smithson enaltecem o projeto marroquino como o melhor desde a unidade de Marselha, em suas palavras:
“enquanto Marselha foi o ápice de uma técnica de pensar o ‘habitat’(...) a importância dos edifícios marroquinos se dá porque é a primeira manifestação de uma forma de pensar”. Nesse artigo os Smithson explicitam seus objetivos na concepção de uma arquitetura que respeite o sentimento de identidade de cada comunidade, as possibilidades associativas e de reconhecimento do espaço como habitat. trata-se de agregar ao projeto de habitação identidade e valores culturais locais que o homem necessita."
Ao final do artigo, Alison Smithson conclui com um declaração de principios:
 
1- É impossível para cada homem construir sua própria casa



2- Cabe ao arquiteto tornar possível ao homem fazer do seu apartamento sua casa, de sua pequena casa seu habitat


3- Até agora, tanto no manual como de fato, a casa é construída até o ultimo detalhe e o homem e comprimido em sua residência – na essência, o mesmo da Escócia a Costa Dourada – e se adapta da melhor maneira que pode para a vida que o arquiteto prevê


4- Os membros mais jovens do CIAM requerem, como uma primeira proposição do l’habitat, a extinção voluntária da arquitetura


5- Devemos preparar o habitat somente até o ponto em que o homem pode controlá-lo


6- Objetivamos fornecer um esquema no qual o homem pode ser mestre de sua casa novamente


7- No Marrocos, da liberdade do homem de adaptar para si próprio foi feita um principio de habitat

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